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Com benefício concedido pela Prolagos, colônias e associações de pescadores conquistam melhorias para o desenvolvimento da atividade
Na areia da Praia da Baleia, banhada pela Lagoa de Araruama, em São Pedro da Aldeia, o pescador Alcenir dos Santos, conhecido como ‘Tinica’, tem passado as manhãs tecendo as redes de pesca. O ritual acontece todos os anos entre os meses de agosto e outubro, durante o defeso, período em que a pesca de peixes fica proibida na laguna. Esse é o momento em que ele e outros pescadores utilizam para reformar todos os equipamentos utilizados para conquistarem o sustento da família. “Esse intervalo é essencial para que as espécies possam se reproduzir e enquanto isso acontece, a gente aproveita para consertar os barcos e as nossas redes. A expectativa é muito boa para a reabertura da pesca”, ressalta ‘Tinica’, que pesca desde os 12 anos de idade.
No período em que a pesca fica proibida, a classe pesqueira conta com a Bolsa Socioambiental concedida pela Prolagos. Em parceria com a Câmara Técnica e associações de pesca dos municípios da área de concessão, a empresa contempla os pescadores associados às instituições que atuam na Lagoa de Araruama com o valor total de R$ 120 mil. A quantia é dividida entre as colônias, que aplicam a verba em ações em prol dos pescadores.
Com os ranchos recém-inaugurados, a associação de pescadores da Praia da Baleia fará neste ano, a instalação de placas solares para contribuir com a geração de energia limpa e com a economia nos gastos dos associados. “Com a Bolsa Socioambiental vamos instalar as placas e os pescadores poderão colocar freezers nas baias. Desta forma, teremos uma estrutura melhor e garantiremos a redução de custos”, pontua Paulo Cesar Pinheiro, presidente da associação.
Já em Iguaba Grande, a verba é aplicada em melhorias e reformas das unidades, compra de materiais diversos, entre outros. “Aqui já construímos dois cais e reformamos um outro, distribuímos redes de pesca para os pescadores, capa de chuva, e também compramos computadores e impressora para a colônia”, afirma Cícero Vanderley Neto, presidente da Colônia dos Pescadores Z-29 de Iguaba Grande.
Maior estruturação da pesca
Em julho deste ano, a colônia de Iguaba recebeu sua primeira instalação para estruturação dos pescadores, por meio do Impulso, projeto da Prolagos financiado pelo BNDES, em parceria com a prefeitura do município. Com sala de recepção, almoxarifado, três banheiros, sala da presidência e um salão para reuniões, em um lote de 110m², a sede vai estimular e promover o ambiente de pesca iguabense. “Os investimentos em saneamento básico contribuíram para a melhoria da qualidade ambiental da Lagoa de Araruama e consequentemente, para o desenvolvimento da pesca nos municípios onde atuamos. Sabemos o quanto essa atividade é importante para a região, garantindo o sustento de tantas famílias, e por isso vamos além do básico para proporcionar estruturação profissional de forma a otimizar o potencial da atividade e dos produtos oriundos da pesca”, comenta o diretor-presidente da Prolagos, Pedro Freitas.
Geração de emprego e renda
A estatística pesqueira, realizada pelo projeto Imersão, da Universidade Veiga de Almeida, feita de março a dezembro de 2022, aponta que para cada emprego dentro da água, outros quatro são gerados em terra firme, em áreas como elétrica, eletrônica, venda de gelo, construção naval, transporte, gerando 1.200 empregos diretos e mais de 7.300 empregos indiretos. Além disso, o setor movimenta aproximadamente R$2,5 milhões por ano considerando somente a primeira venda, que é feita diretamente pelos pescadores.